100Grana Especial:Pato Donald comemora 75 anos de vida

O pato mais mal humorado e encrenqueiro dos desenhos animados  comemora seu aniversário hoje.

Pois é, lisos, parece que todo mundo faz aniversário importante este ano nos desenhos animados. Mickey Mouse, Tartarugas Ninja, e agora é a vez do Pato Donald, que comemora  75 anos de vida hoje.

Donald, ou melhor, Donald Fauntleroy Duck, foi criado em 1934 por Walt Disney, e hoje não há quem não conheça aquele pato branco, com uma camisa e quepe de marinheiro. E essas é uma das maiores curiosidades do personagem: Geralmente ao sair do banho, está enrolado em uma toalha, cobrindo a parte de baixo, mas está sempre à mostra quando ele usa a camisa. Por quê?  Aparentemente na época em que foi feito, todos os personagens precisavam utilizar roupas.

Sua primeira aparição aconteceu em 9 de junho de 1934 no episódio “The wise little hen” da série “Silly symphony“. De lá para cá apareceu em vários desenhos do Mickey, ao lado de personagens como Pateta e Pluto. Mas foi apenas em 1937 que estreou sua própria série animada ao lado de sua amada Margarida. O desenho era “Don Donald”. Seus sobrinhos Huguinho, Zezinho e Luisinho apareceriam um ano mais tarde no episódio “Donald’s nephews”.

Falando um pouco sobre a voz original do personagem, ela pertence ao dublador Clarence Nash, que  tinha o dom natural para imitar animais, já que vivia na zona rural antes de se mudar para a Califórnia, e pouco depois ser chamado pelo próprio Disney em pessoa para uma audição, e ser contratado.

A  voz que Nash criou consistia em falar palavras através de um tipo de “ruido”, feito com o canto da boca, que lembrava o grasnado de um pato.Nash deu voz a Donald em mais de cem desenhos animados, inclusive em outras línguas como português e espanhol. Veja um vídeo com Nash a seguir, e vejam a dupla que o saúda pelo aniversário dele:

Clarence Nash permaneceu como a única voz do pato nos Estados Unidos até a sua morte em 1985, e logo após, Tony Anselmo passou a dublar o personagem. Detalhe: ele foi treinado pelo próprio Nash, quando este ainda era vivo.

Tony Anselmo

No Brasil, as primeiras dublagens em português do personagem, foram feitas pelo próprio Nash,  em  filmes como Você Já Foi à Bahia? e Alô Amigos. Além dele, teve as vozes de  Márcio Gianullio (seu trabalho mais famoso na àrea), Garcia Jr. (Em O Conto de Natal do Mickey, de 1983), Marco Antonio (em Duck Tales e Uma Cilada para Roger Rabitt) e Cláudio Galvan (em produções mais recentes como O Point do Mickey e TV Quack Pack). A voz de Antonio era a mais diferenciada de todas.

Donald, o Nazista

Os Estúdios Disney, acostumados a um humor infantil e com boas gags visuais, passaram a integrar o tema da entrada dos Estados Unidos na II Guerra Mundial, e em 1942, foi feito um desenho de propaganda anti-nazista, chamado de “A Face do Füher“. A desenho também foi  e ainda é interpretado por muitos críticos e especialista como uma propaganda nazista subliminar.

Disney, apesar de ser um gênio, também guarda um grande histórico de acusações que incluem racismo, antisemitismo entre outras peculiaridades que ofuscam a fama daquele que criou um império baseado no ideal de moral e bons costumes americanos. O “ideal” vem mudando pouco a pouco, enquanto isso, a família até hoje, nega todas as acusações feitas contra Disney.

Donald versão Nazi

Esse desenho mostra Donald vivendo na Alemanha Nazista, onde ele é forçado a trabalhar em uma fábrica de produção em série de armamento bélico pesado e de fotografias produzidas em série do Führer Adolf Hitler. Apesar do final sugerir que tudo não passou de um “pesadelo”, assistir um personagem tão popular usando a suástica não é uma coisa muito comum. Vejam a seguir o Donald nazista:

Outras produções com o tema, mas dirigido à América do Sul, foram as já citadas  Alô, Amigos (1943), com o papagaio brasileiro Zé Carioca, criado por encomenda para o Brasil, e Você já foi à  Bahia? (The Three Caballeros, 1944), com Zé, Donald e o mexicano Panchito. Isso porque havia um interesse estratégico para os militares americanos nosso lado do continente. Veja um trecho a seguir de “Você já foi a Bahia?”:

Depois da guerra, Donald estrelou diversos curtas retornando aos temas mais amenos, como as vezes em que foi atormentado por personagens como os esquilos Tico e Teco. Na televisão, Donald esteve em DuckTales (1987-1990, atualmene exibido na TV Globinho) e TV Quack Pack (1996-1997).

Seus desenhos, originariamente feitos para o cinema, passaram a ser exibidos em programas como O Point do Mickey (“The House of Mouse”),  e em seu próprio programa, a TV Quack, que é exibido no Disney Channel. Muita gente por aqui curte Duck Tales, e por isso lembro dele neste vídeo, onde o pato entra para a Marinha:

Também participou de vários games como  World of Illusion (1992), Maui Mallard Cold Shadow (1995), Disney’s Donald Duck: Goin’ Quackers (2000), Mickey’s Speedway USA (2000) e Disney’s PK: Out of the Shadows (2002). Foi também o personagem principal do jogo Quack Shot(1991), para Mega Drive.

Além da série de RPG Kingdom Hearts, junto com Pateta e o menino Sora. Nesse jogo, ele é o mago da corte do rei Mickey. Vejam a seguir um vídeo de Kingdom Hearts:

Nos quadrinhos, Donald ganhou sua primeira história solo graças à Carl Barks, que adaptou uma história originariamente escrita para Donald, Mickey, Pateta e Pluto, desenhando-a apenas com Donald e seus sobrinhos, chamada Donald Duck Finds Pirate Gold , publicada em 1942.

Apelidado de O “Homem dos Patos”, Barks produziu histórias até 1967, e criou quase todos os personagens coadjuvantes mais importantes das aventuras, como o Tio Patinhas, Professor Pardal, Gastão, além de Maga Patalójika e Irmãos Metralha.

Graças ao universo criado por Carl Barks, o universo de Patópolis pode sair dos quadrinhos e ganhar as TVs com a famosa serie animada  Duck Tales (uuuhUUH!!):

O braço italiano da Disney também deu sua contriubuição ao criar uma identidade secreta para ele: o Superpato. No Japão, Donald também estrelou nos mangás  Kingdom Hearts, baseado do videogame da Squaresoft.

Além de Carl Barks, destacaram-se nos desenhos do personagem artistas como, Giorgio Cavazzano, William Van Horn, Daan Jippes, Keno Don Rosa (autor da A Saga do Tio Patinhas), Marco Rota (que segue os traços de Barks), Romano Scarpa,Tetsuya Nomura (responsável pelo visual do Pato para os jogos Kingdom Hearts) e Shiro Amano (autor da versão manga do mesmo jogo).

Lançada em julho de 1950, a revista O Pato Donald (Pato Donald desde 1980), foi o marco inicial da Editora Abril, o que o torna o título de quadrinhos de mais longa publicação contínua no Brasil. Com o sucesso de vendas da mesma, surgiram as revistas Zé Carioca, Tio Patinhas e Disney Especial.

Estúdios brasileiros produziram histórias em quadrinhos com Donald entre os anos 60 e anos 90. Após o encerramento da produção nacional, a Editora Abril se limitou a publicar quadrinhos de outros países, como a Itália. Em ambos os países, as histórias mostravam Donald como repórter do jornal A Patada (do Tio Patinhas), ou as brigas com Silva, seu vizinho espertalhão.

Fica aqui a homenagem com um episódio estrelado pelo pato mais moral dos desenhos animados:

Parabéns Donald, em nome do 100Grana.

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