100Grana viu: G.I.Joe- A Retaliação

Lembram daquele filme que eu vivia dizendo que nunca ia assistir? Pois é, eu vi..

 

Eu vivia dizendo isso depois que soube que apenas três atores do primeiro filme (Channing Tatum, Ray Park e Byung Hun Lee) voltariam, mas que seguiriam a mesma trama. Como diabos isso seria possível? Achei que seria uma cagada sem tamanho, mas conforme o tempo foi passando, o filme acabou sendo vendido para mim, não apenas pelo trailers e pela contratações, mas conforme fui entendendo a estrutura do filme, a coisa pareceu melhor aos meus olhos.

Tenho consciência de que tudo o que eu disser de abonador agora sobre este filme é suspeito, pois quem escreve é o fã e colecionador de Joes desde moleque, somado ao blogueiro.Mas vou escrever, pois numa democracia, se encontra tanto críticos quanto apoiadores.

Tudo bem que o trailer já deixou mais do que explicado qual a trama, mas só para contextualizar você, caro leitor: A Casa Branca é comandada por Zartan, disfarçado de presidente americano. Ele põe em prática um plano no qual rouba ogivas nucleares, põe a culpa nos Joes (e oblitera a base dos caras) e expõe o mundo inteiro a um perigo mortal por conta de uma nova arma que não usa energia nuclear, mas a própria gravidade do planeta. Do outro lado, os poucos Joes que sobraram precisam impedir estes planos e ir à forra, a retaliação que dá título ao filme. Se bem que essa retaliação na verdade é uma referência ao sentimento que o Comandante Cobra manifesta em relação aos seus inimigos

 

A primeira coisa que eu posso dizer sobre esse filme é que o mérito deste filme ser bom cabe à três pessoas. Uma delas é o diretor John Chu, que passou por cima de todas as dúvidas que pesavam sobre ele por ser “o cara que dirigiu o filme do Justin Bieber” e confirmou a máxima de que quando está nas mãos dos fãs, a coisa funciona (lembrando que o cara é fã de He-Man, e está nas mãos dele a direção da nova versão do herói de Etérnia).

Os outros dois são a dupla de escribas Reth Reese e Paul Werneck (“Zumbilândia”), que conseguiram equilibrar altas dose de ação com um humor geralmente oportuno e involuntário. É incrível o que um roteiro faz num filme.Um dos problemas do filme de 2009, ou mais especificamente, no roteiro de Scott Beaty, é que as piadas que haviam nele simplesmente não funcionavam, não dava pra rir, mesmo. Aqui, por outro lado, o roteiro tem momentos simplesmente hilários, a maioria nas mãos do personagem de Johnathan Pryce, o falso presidente dos EUA. E detalhe, mexendo com o atual vespeiro da comunidade internacional que é a rixa entre América e Coréia do Norte.

Mas nem tudo é perfeito. O mesmo roteiro ainda tem problemas ao explicar o que aconteceu com a maioria os personagens do primeiro filme. A trama parece querer nos dar a entender que toda aquela galera sucumbe ao ataque que os Joes sofrem, mas convenhamos, como agentes especializados como Ripcord, Breaker, Scarlett e o próprio General Hawk seriam derrubados tão facilmente? E sequer fazem parte da equipe principal? E se os poucos Joes são procurados, como os Cobras não pensaram em expor os caras em público, para serem identificáveis em meio à opinião pública? Ver Flint, Lady Jaye e Roadblock andando no meio da rua, como se tivessem chegado de férias, é meio estranho.O conceito de serem caçados como renegados seria mais interessante.

Além disso, fica difícil entender o que foi acrescentado nestas filmagens adicionais que custaram oito meses de atraso no lançamento do filme.Não sei quanto tempo demora uma conversão para 3D, mas duvido que tenha sido a causa principal, e não foi mesmo, como sabemos.

Falando sempre como conhecedor dos Joes, posso dizer que esse filme agrada bem mais do que o filme anterior. Quem curte os Joes vai curtir, por exemplo, um Comandante Cobra muito mais fiel ao seu cânone, além de alguns esclarecimentos sobre as reais motivações de Storm Shadow, e uma quase heterogeneidade de participação de elenco. É bem verdade que o Roadblock do Dwayne Johnson tem mais tempo de cena, mas na maior parte do filme cada um tem seu momento. Mesmo Bruce Willis fazendo o seu arroz com feijão de ação, ele não parece querer tomar o filme pra si.

Não quero dar a entender que desgostei do filme anterior. Minha opinião sobre ele permanece a mesma há quatro anos. Mas A Retaliação conseguiu me fazer sair de casa para assistir, curtir muito e esperar por mais filmes da série, uma vez que existem diversas possibilidades e pontas soltas deixadas para tanto.

Cotação: 8

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