Após assistir este filme, a primeira conclusão certa que cheguei foi: não se pode agradar a todos.ALERTA DE SPOILERS Digo isso porque, ao sair da sessão, o que percebi foi uma platéia dividida, muitos curtindo e outros decepcionados. Mas de onde vem tanta revolta de alguns fãs?
Primeiro, vamos falar do filme. A primeira parcela da fase 2 da Marvel nos mostra um Tony Stark diretamente afetado pelos eventos em Os Vingadores. Enfrentar deuses e aliens foi demais para alguém acostumado a resolver tudo na base da ciência, tecnologia e até um certo ceticismo que poderia se esperar do Capitão América (vejamos, aliás, como ele se vira em seu próximo filme). Esses eventos afetam Stark a tal ponto que ele passa a sofrer ataques da pânico, pois teme não poder proteger a única coisa sem a qual pode viver: Pepper Potts.
Mas Tony não tem tempo para ter medo. Surge um novo vilão, o terrorista Mandarim, que lança uma série de ataques aos EUA. É nesse momento que Tony, começando a usar uma nova tecnologia de vestimenta rápida para a Mark VIII, tem sua casa e rotina destruídas, e terá de lutar, mesmo sem armadura, para virar o jogo.
Essa é a trama básica. A primeira coisa que se pode dizer é que senti a diferença de narrativa com a entrada de Shane Black na direção. A narrativa do filme é mais dinâmica, as coisas parecem acontecer mais rápido, mas não atrapalham o entendimento do expectador.
O primeiro grande mérito deste filme é que, na maior parte do tempo, vemos não a armadura, mas Tony Stark em ação. Em determinados momentos, senti ecos de duas recentes sagas excelentes que li com o personagem (Os Cinco Pesadelos e O Homem Mais Procurado do Mundo), ambas assinadas pela dupla Matt Fraction e Salvador Larroca, aonde Stark é retirado de sua confortável posição e obrigado a sair por aí improvisando com a genialidade e a tecnologia que tem em mãos para derrotar seus adversários, ao mesmo tempo em que precisa lidar com suas próprias limitações. Temos, nos dois primeiros filmes, momentos em que o personagem põe a mão na massa para inventar algo que salva a sua vida, e vemos que, seja em uma caverna, em seu laboratório ou numa cidadezinha, dentro de uma garagem junto com um guri, o cara se vira.
O que está mesmo causando polêmica é o próprio Mandarim. Quem viu o trailer, esperava ver Ben Kingsley colocando todo seu talento em prática para um embate com Robert Downey Jr..
SPOILER
SPOILER
SPOILER
Ledo engano, pois descobrimos que o Mandarim SPOILER BRABO >> é na verdade, uma bizarra parábola, um embuste ambulante criado pelo verdadeiro vilão, Aldrich Killian, papel de Guy Pearce que não perde a sua cara de “Vou fo#er a sua vida assim que deres sopa”. Uma figura do passado de Stark que volta com um plano terrível usando a tecnologia Extremis, ao passo que Kingsley se revela uma figura caricata e extremamente engraçada, sobretudo ao contracenar com Tony Stark, alimentando o conhecido hall de piadas que aparecem no filme. Poder-se-ia questionar se as piadas são necessárias o tempo todo, mas como 90% delas funcionam, a gente até dá um desconto.
Os puristas se irritaram porque justamente queriam ver o Mandarim de sobretudo, visual exótico e pose canastrona enfrentando Tony Stark. Francamente, eu nem sei como não chiaram pelo fato de Kingsley não ter traços orientais. Eu admito que queria ver um embate, mas de atores. Confesso que, à medida que o filme se desenrolava, fiquei pensando em como tal enfrentamento herói e terrorista fanático poderia se tornar clichê, mesmo em mãos competentes.
Da questão dos vilões, o que me irritou mesmo foi o destino final do vilão, que no fim das contas, fica meio incoerente e estranho como se desenrola. SPOILER MAIS BRABO >> Como é que o cara explode, não morre e leva o farelo depois de levar uma porrada da Pepper? Fora alguns desdobramentos nas revelações ficam meio óbvios no filme, mas não é o fim do mundo.
E verdade seja dita, a meu ver, o Homem de Ferro foi obrigado a enfrentar, neste filme, seus adversários mais difíceis. Enquanto que, no primeiro filme, ele encara terroristas armados e a armário Monge de Ferro, e no segundo enfrenta robôs miltares e o Chicote energizado de Mickey Rourke, aqui ele enfrenta soldados que se regeneram e causam um belo estrago em estruturas de metal.
Ouvi muitas pessoas reclamando também que esperavam ver mais o herói de armadura no clímax. Isso para mim não foi problema, pelo menos, pois ele veste vários modelos ao longo do filme, e do modo que eu vejo, a proposta era justamente esta: abstrair o homem da máquina, e curiosamente, o filme começa justamente com o conceito contrário, o de um homem otimizando a relação com o equipamento. Uma virada curiosa.
Além do elenco de coadjuvantes de peso, com um destaque para a participação mais ativa de Gwyneth Paltrow, Jon Favreau e para alguns bons momentos de Don Cheadle, fica o destaque também para algumas participações ao longo do filme, como a de William Sadler (a Morte no filme Bill & Ted- Dois Loucos no Tempo), como o presidente, e Miguel Ferrer (conhecido como Bob Morton, o cara por trás do projeto Robocop no filme cláááássico ) como o vice-presidente. Temos também uma rápida participação (não-creditada, creio eu ) de Linden Ashby (o Johnny Cage do filme Mortal Kombat, de 1995). E também Ho Yinsen, o cientista do primeiro filme, reaparecendo em flashback.
Homem de Ferro 3 termina com uma mudança importante para Tony Stark, com uma cara de nova fase para ele, o que não deixa de ser fato, pois é o início da fase 2 da Marvel Studios.
E sim, a cena pós-créditos. Nós já falamos dela aqui no blog, e muitas pessoas também reclamaram dela. Pelo que eu entendi, elas não curtiram o fato de que a cena não é necessariamente um gancho para os próximos filmes. Mas no meu entender, ela mantém o entendimento de que estamos contextualizados num universo unificado de diferentes heróis. E lisos, sejamos francos: eu não fui para ver a cena pós-créditos, mas o filme do Homem de Ferro no qual já existem diversas menções ao já citado conceito de universo unificado. E eu achei a cena divertida.
Mas como eu disse, pessoas diferentes e opiniões diferentes. Assistam e tirem suas próprias conclusões a respeito. E se puderem compartilhar aqui, agradecemos.
Cotação: 8, justamente pela incoerência do destino do vilão.
Eu gostei. não é um filme incrivel.. mais está na meria da série ( home de ferro ). não da para esperar sempre um filme genial e uma série que tem que se preocupar em não afetar outras franquias do mesmo universo. Na minha opinião é mais do mesmo, o que não deixa de ser bom. por pra mim os ‘homem de ferro’ estão acima dos outros filmes da Marvel.
Gostei da crítica, Sérgio. Concordo, inclusive, com sua análise sobre os spoilers, sobretudo com o Mandarim. Para mm, o personagem da forma como foi mostrado no filme, ficou bem mais interessante (e foi uma jogada genial também, devo acrescentar) do que se fosse como todo mundo esperava. O lance do filme ser bem mais físico, com o Tony Stark bem mais presente do que o homem de ferro (muito legal aquele momento McGyver/Jack Bauer dele) deram realmente uma dinâmica muito boa ao filme. No mais, concordo com você sobre o final do vilão (e outras coisas que eles faz também, que destoam muito da HQ Extremis), que é muito bizarro. Se fosse pra dar uma nota, daria 7,5, também pendendo pra 8. Boa crítica, quero ver agora as de Star Trek e Homem de Aço.
Um abraço.
Nunca pensei que fosse dizer isso, mas HOMEM DE FERRO 2 é superior ao HOMEM DE FERRO 3! Tudo no filme é meio jogado, clichês mal utilizados, personagens pessimamente desenvolvidos, habilidades que os protagonistas não tinham apresentado em outros filmes, surgem do nada neste, “piadas” sem graças! Não que um roteiro de um blockbuster tenha de ser uma maravilha, mas passou dos limites! Sem falar que devia ter uma lei em Hollywood proibindo crianças de agirem como adulto! O filme tem até umas sacadas legais! Mas é só isso! Mediano! Não passa de um filme mediano! Como tenho os dois filmes anteriores do HOMEM DE FERRO em DVD duplo, vou esperar pra comprar esse terceiro, quando estiver em uma gôndola na promoção de R$ 9,90!!! Só assim pra assistir novemente!
Homem de Ferro 3 encerra em alto estilo uma das melhores trilogias de herói de quadrinhos no cinema em todos os tempos.
É preciso compreender que estamos falando de uma mídia diferente, de adaptações de roteiros originais inspirados em diversas estórias do personagem publicadas na mídia original. Portanto esperar por uma adaptação de uma estória específica é no mínimo ingenuídade.
A Marvel corretamente está usando com maestria dos recursos da mídia cinematográfica sem no entanto descaracterizar os personagens, como fez o Nolan na trilogia TDK, ou seja, respeitando fãs e o material original.
Sobre esse filme em especial e a polêmica envolvendo o personagem Mandarin, recomendo uma leitura da situação sob a ótica do cenário político atual, especialmente do ponto de vista dos norte-americanos.
O pior que o terrorismo pode fazer contra os Estados Unidos é deixá-los apáticos e amedrontados. Esse é o maior temor da sociedade americana no momento, portanto nada mais apropriando do que exorcizar isso nas telas (lembrem-se que se trata de um filme juvenil, com uma mensagem para uma geração ou faixa etária específica).
Uma dica que deixo é a leitura do livro “Não Há Dia Fácil – Um Líder da Tropa de Elite Americana Conta Como Mataram Osama Bin Laden, Ed. Paralela” de autoria de um integrante do Seal Team Six, unidade de elite encarregada da missão de capturar ou executar Osama Bin Landen. Não quero estragar a leitura, mas qualquer semelhança entre o eles encontraram e enfrentaram na casa de Bin Laden em Abbottabad no Paquistão antes da execução do terrorista mais procurado do mundo e o Mandarin de Homem de Ferro 3, não é mera coincidência.
É preciso contextualizar as coisas minha gente, o mundo está todo interconectado nestes século.
Fecha a trilogia com chave de ouro e que venham novos filmes da fase 2 dessa inesquecível incursão da Marvel/Disney no cinema.
E a trilha sonora do Iron Man 3 fico bem legal. Brian Tyler mandou muito bem nessa composição para a sensacional montagem de imagens que encerram esse filme!
Vontade de assistir novamente: https://t.co/j0flLqA0Vc
E nem sempre o vilão, é quem pensamos. Nós criamos nossos próprios demônios, como diria o próprio Tony Stark. Cuidado com o que você deseja.
Eu já disse que o roteiro desse filme é genial?
Eu já disse que os diálogos são perfeitos? Especialmente entre Tony e Pepper Potts? E os discursos do Mandarin? 🙂
Sensacional.
Pra começo de conversa, gostei do filme. É legal, engraçado. Bem na média da Marvel. Minha nota é 3/5.
Mas vejo alguns problemas. O primeiro é que o infame “twist” foi feito [e muito bem feito] recentemente em outro filme de super-herói. Pegou meio mal, mas tudo bem.
Depois, a Marvel sempre teve como principal slogan “ser fiel aos quadrinhos”, sempre venderam isso aos fãs, até se gabam disso. Todos sabem que isso é impossível, já que se tratam de 2 mídias diferentes. Com HF3 isso vai por água abaixo de vez.
*SPOILER*
Por mim tudo bem o Mandarim ser uma criação midiática, achei a idéia foda! Mas o Killian não precisava falar que “era o verdadeiro Mandarim”, ficou igual novela das 8!
O grande conflito sobre o reator no peito dele foi desmoralizado quando ele simplesmente fez uma cirurgia e pronto! Acabou-se todo drama. Como assim??????
O que mais me doeu, foi que esse tinha tudo pra ser o melhor dos 3, mas de alguma forma não rolou, peidou, babou.