A iniciativa era, no mínimo, ousada: trazer à tela grande um personagem que era um desafio para roteiro e efeitos especiais. Marcado no imaginário popular do público como Lou Ferrigno pintado de verde e peruca de limpar parede de casa, agora o Hulk teria a chance de ser em CG e mais parecido com sua versão das HQs, grande e capaz de arremessar tanques como peso de papel.
Infelizmente o público não curtiu o roteiro cabeça, mais focado no lado psicológico de Banner e do golias esmeralda. E o CG até hoje causa polêmica, com muita gente ditando o discurso decorada do “Hulk-shrek-bola de borracha”. No meu entender, o defeito ali era que a variação de tamanho do Hulk era algo muito desproporcional. Se a idéia era passar o clássico “quanto mais raiva, mais forte fica”, devem ter trocado para “mais alto”. Mas o filme tem seus méritos, sobretudo ao elenco, com destaque para a Jennifer Connelly, Sam Elliot e Nick Nolte.
E o que o protagonista, Eric Bana, na época semi-desconhecido, tem a dizer sobre isso tudo, incluindo a repercussão negativa?
“Estou orgulhoso do que tentei fazer. Peço desculpas a todas as pessoas que ficaram tão bravas com isso … Eu sou fascinado por pessoas que odiavam esse filme e se sentiram obrigada a vê-lo novamente, me deixa estarrecido. Mas, sim, é o que é e eu certamente não me arrependo de ter feito.”
Bana ainda feliz que o filme não tenha rendido continuações o que o permitiu fazer outros projetos:
“Eu acho que tive muita sorte por não acontecer …. Uma das coisas da qual eu tinha mais medo naquele momento era ser um enorme sucesso … Se eu tivesse feito três Hulks, teria acabado – e sempre leva um longo tempo para fazer esses filmes – assim levaria uns seis dos meus filmes do meu currículo”.
Bem, façamos as contas. Consultando a filmografia dele, ele não teria feito Tróia, Munique, Star Trek, A Outra, só para citar os mais relevantes. Bem, no fim das contas, acho que deu certo para todo mundo, pois o verdão ganhou novos protagonistas, sendo que o último rendeu bons momentos:
Mas na boa, eu gostaria de ver um dia o Bana fazendo alguma herói em HQ. Em 2003, em entrevista à extinta Revista SET, ele revelou que, embora tivesse escolhido o Hulk, outros personagens foram oferecidos para ele. Quem seria bom para ele. Embora não tenha muito a ver, ele me lembra um pouco o espírito do atual Ciclope do quadrinhos. Mas esse sou eu falando. E vocês?
Eu acho que sou um dos poucos que gostam desse filme.
Os grandes problemas desse filme são:
1 – Quadricular a tela como se fosse um gibi (isso é um filme!).
2 – A toda hora o Hulk muda de tamanho!!!
3 – A cena final em que o Hulk briga com seu pai em um lago ao entardecer (quase não dá para reconhecer os personagens na cena).
Tirando isso, até que não é um filme tão ruim.
Poderia ser o Ciclope, o Gambit, quem sabe o Reed Richards?